terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As batucadas baianas da “mãe de samba”

Por Iris Pacheco

A  cantora e compositora baiana Mariene de Castro tem um jeito peculiar de interpretar. Após prestigiar seu primeiro trabalho o CD “abre Caminho” lançado em 2005, me encantei com seu jeito sutil e ao mesmo tempo forte de interpretar.

Em 2010 os fãs dessa verdadeira baiana, mãe da sagrada roda de samba da sua terra, prestigiaram o segundo trabalho de Mariene o album “Santo de Casa – Ao Vivo”. No ano seguinte é lançado seu primeiro DVD também intitulado “Santo de Casa – Ao Vivo”. No show da gravação do DVD a cantora representa toda a sensualidade baiana e resgata tradições, que celebra a cultura popular e a africanidade brasileira.

Seu mais recente projeto é o show “Relicário”, apresentado no início de dezembro deste ano no Espaço Cultural da Barroquinha. Com estilo intimista, o projeto traz a trajetória pessoal e artística da cantora. Nele ela costura lembranças, sonhos e influências do seu relicário pessoal e o divide com os “Marieneanos” explorando suas raízes afro-brasileiras.
 
Prestigiar o trabalho de Mariene de Castro é indispensável para aqueles que assim como ela tem essa paixão pela cultura popular brasileira. Nós “Marieneanos” estamos ansiosos pelo terceiro álbum da cantora que será lançado em 2012. Baiana de berço, o jeito interprete de Mariene é feito com a alma. Ela se remexe toda na roda de samba para depois se aquietar suave como a brisa do mar nos acordes do violão e batuques da percussão.

Mais informações acesse http://www.marienedecastro.com.br/

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Natal e Consumo



Por Viviane Brigida

O natal é uma festa de final de ano, tempo em que é celebrado pelos cristãos no mundo inteiro o nascimento de Jesus Cristo. No entanto, outro personagem tão conhecido quanto “Cristo” é o “Papai Noel”, lendário.

Tornou-se vários lugares mais protagonista do que o próprio anfitrião da última festa do ano, pois para algumas pessoas o natal é sinônimo de presentes e consumo. 

A festa natalina também é vista como mais uma festa da desigualdade. O natal, que é uma festa para todos, tornou-se cada vez mais uma referência para o comércio como tempo de maior lucratividade.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Amazônia - A Menina dos Olhos do Mundo

Por Viviane Brigida
Já diz e escreveu em 1992, o Amazonense chamado Amadeu Thiago de Mello (Barreirinha, 30 de março de 1926). Um dos poetas brasileiros mais respeitados no país. Tem obras traduzidas para mais de trinta idiomas.

O Artista morou em vários países — Argentina, Chile, Portugal, França, Alemanha — mas, terminada a ditadura no Brasil, optou por voltar a Barreirinhas, cidade amazônica de sua infância, onde vive até hoje.
 

Preso e torturado pelo regime militar, exilou-se no Chile. Lá conheceu Pablo Neruda, de quem se tornaria amigo e tradutor. A época de repressão generalizada pela América do Sul refletiu em Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida, o livro, rendeu-lhe, em 1975, o Prêmio de Poesia concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. 


Sua obra está repleta de livros engajados, cujos poemas tomam declaradamente o partido dos pobres e dos oprimidos do mundo: Faz Escuro Mas Eu Canto (1968), Os Estatutos do Homem (1973) e Canto do Amor Armado (1975) - só para citar os três trabalhos mais populares e traduzidos de sua bibliografia. Campo de Milagres (1998) trouxe com força a preocupação ecológica em sua poética.


Na carreira deste filho da floresta, comprometido com o Brasil e com a humanidade, está o imprescindível CD A Criação do Mundo, obrigatório para quem gosta de poesia. Declamados pelo próprio autor, os poemas ganham sua real dimensão — que em Thiago de Mello é caracterizada continental, amazônica e grandiosa.
 

Assim, Thiago de Mello internacionalmente reconhecido como um dos maiores nomes vivos da poesia de caráter social ­—sobretudo nos países latino-americanos— por sua luta em prol dos direitos humanos, pela ecologia e pela paz mundial está com a Menina dos olhos do mundo e seu poema transcende.


 Abaixo Os Estatutos do Homem, um dos poemas mais traduzidos da literatura brasileira:

OS ESTATUTOS DO HOMEM (Ato Institucional Permanente)
 A Carlos Heitor Cony
 
    Artigo I
 
   Fica decretado que agora vale a verdade.
   agora vale a vida,
   e de mãos dadas,
   marcharemos todos pela vida verdadeira.
 
   Artigo II
   Fica decretado que todos os dias da semana,
   inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
   têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
 
   Artigo III
 
   Fica decretado que, a partir deste instante,
   haverá girassóis em todas as janelas,
   que os girassóis terão direito
   a abrir-se dentro da sombra;
   e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
   abertas para o verde onde cresce a esperança.
 
   Artigo IV
 
   Fica decretado que o homem
   não precisará nunca mais
   duvidar do homem.
   Que o homem confiará no homem
   como a palmeira confia no vento,
   como o vento confia no ar,
   como o ar confia no campo azul do céu.

           Parágrafo único:
 
           O homem, confiará no homem
           como um menino confia em outro menino.
 
 
   Artigo V
 
   Fica decretado que os homens
   estão livres do jugo da mentira.
   Nunca mais será preciso usar
   a couraça do silêncio
   nem a armadura de palavras.
   O homem se sentará à mesa
   com seu olhar limpo
   porque a verdade passará a ser servida
   antes da sobremesa.
 
   Artigo VI
 
   Fica estabelecida, durante dez séculos,
   a prática sonhada pelo profeta Isaías,
   e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
   e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
 
   Artigo VII
   Por decreto irrevogável fica estabelecido
   o reinado permanente da justiça e da claridade,
   e a alegria será uma bandeira generosa
   para sempre desfraldada na alma do povo.
 
 
   Artigo VIII
 
   Fica decretado que a maior dor
   sempre foi e será sempre
   não poder dar-se amor a quem se ama
   e saber que é a água
   que dá à planta o milagre da flor.
 
   Artigo IX
   Fica permitido que o pão de cada dia
   tenha no homem o sinal de seu suor.
   Mas que sobretudo tenha
   sempre o quente sabor da ternura.
 
   Artigo X
   Fica permitido a qualquer pessoa,
   qualquer hora da vida,
   o uso do traje branco.
  
   Artigo XI
 
   Fica decretado, por definição,
   que o homem é um animal que ama
   e que por isso é belo,
   muito mais belo que a estrela da manhã.
 
   Artigo XII
 
   Decreta-se que nada será obrigado
   nem proibido,
   tudo será permitido,
   inclusive brincar com os rinocerontes
   e caminhar pelas tardes
   com uma imensa begônia na lapela.
 
           Parágrafo único:
 
           Só uma coisa fica proibida:
           amar sem amor.
 
   Artigo XIII
 
   Fica decretado que o dinheiro
   não poderá nunca mais comprar
   o sol das manhãs vindouras.
   Expulso do grande baú do medo,
   o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
   para defender o direito de cantar
   e a festa do dia que chegou.
 
   Artigo Final.
 
   Fica proibido o uso da palavra liberdade,
   a qual será suprimida dos dicionários
   e do pântano enganoso das bocas.
   A partir deste instante
   a liberdade será algo vivo e transparente
   como um fogo ou um rio,
   e a sua morada será sempre
   o coração do homem.

  Thiago de Mello
Santiago do Chile, abril de 1964.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O samba que faz a luta e a luta que faz o Samba - Unidos da Lona Preta promove carnaval contra hegemônico.

Por Silvana Bezerra.

Escola de samba unidos da Lona Preta.

Houve um tempo em que as escolas de samba se organizavam as comunidades para brincar o carnaval, tendo como um dos princípios de existência o amor pelo samba, a reafirmação de uma identidade coletiva e principalmente a cultura popular como meio de expressão de um povo, uma comunidade, um indivíduo.

 Atualmente restaram poucos resquícios deste tempo. As grandes escolas de samba têm se dedicado cada vez mais em transformar o carnaval em mercadoria. Produto de consumo caro, que exclui a maior parte da população para disputar títulos, status, espaço nas mídias, entre outras questões que não tem haver com suas origens históricas.

 Na contra mão desta lógica da Indústria cultural, surge dentro do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, a Escola de Samba Unidos da Lona Preta.

A ideia de criar um espaço para fazer samba ,pensar o samba e a música como instrumento de luta, de diálogo e porque não formação política teve início em 2004 na ocupação da fazenda Ithayê na capital do estado de São Paulo, no bairro de Perus.


Mestre Geraldo, foi o primeiro mestre de bateria da Escola de Samba,mas faleceu antes de ver seu trabalho concluído.Geraldo ficou com a tarefa de ensinar a batucada para os jovens do acampamento Irmã Alberta,era ele quem organizava os ensaios e as formações.


A  começo início as pessoas saíam de seus barracos de Lona Preta (aí a origem do nome da escola), em plena ocupação da fazenda Ithayê, para aprender a tocar os poucos instrumentos que o coletivo de cultura conseguiu juntar.


Muitas mudanças aconteceram ao longo da história da Unidos, a inserção de novos componentes, deu á escola uma pluralidade de vozes e permitiu que a discussão sobre política, Reforma Agrária e cultura ultrapassasse os espaços do MST.


Na Unidos participam 30 ritmistas, a maioria são moradores das Comunas do MST da Grande São Paulo,outros são estudantes da capital paulista, estudantes de Campinas, militantes do MPL – Movimento Passe Livre, torcida Gaviões da Fiel, entre outros simpatizantes e parceiros da luta da classe trabalhadora.


Esta escola que se propõe ser contra hegemônica, faz formação ao mesmo tempo em que discute letras de sambas ,momentos da história do Brasil e questões da atualidade para ajudar nos debates, esta metodologia ajuda na compreensão sobre cultura e política, portanto, todos os os componentes da escola são sujeitos no processo de construção da Unidos .


A bateria foi batizada com o nome de “batucada do Povo brasileiro”, isso para reafirmar nossa opção pelo carnaval feito pelo povo, para o povo. Por fim, a discussão sobre o sistema capitalista e a Indústria cultural deixa ser uma discussão densa, para se transformar em papo franco, diálogo livre de formalidades, de convenções e só no fim destas formações que todos os componentes se juntam para compor o samba enredo e pensar toda a apresentação.






O tema para o carnaval de 2011 foi o uso indiscriminado de agrotóxicos na produção agrícola. O objetivo do samba é alertar a sociedade, que o consumo de alimento envenenado é um risco grave para a saúde e para o meio ambiente.


A partir do fim de Janeiro os ensaios começam, aguarde a agenda completa dos ensaios e apresentações nas próximas postagens.


Curta agora a letra do samba enredo do carnaval 2011 da batucada do povo brasileiro:


Plantar o pão, colher a vida: para o mundo se alimentar sem veneno”
 


Canta povo brasileiro
Batucada é de bamba                                                            Refrão
Hoje a Lona Preta vem dizer, dizer
A luta é o tempero do meu samba                   

Oh Mãe Natureza
Nós queremos a tua diversidade
De cores, sabores
Na mesa do campo e da cidade
Agroecologia
Com soberania alimentar
Pra preservar o nosso chão
Um novo mundo pede uma nova relação
Do jeito que tá, não dá pra ficar
A produção

Comida ruim ninguém aguenta, ninguém aguenta
É veneno em todo canto, em todo canto                               Refrão
Mata gente e mata rio, e mata rio
Agronegócio a mentira do Brasil

Semente com patente é roubar a natureza
Monocultura na agricultura
Deserto verde: cadê a beleza?
Lucrando e fazendo a guerra
Matando o ser humano e a mãe terra

A luz
Do companheiro Keno
Ta na memória
De quem ocupa a avenida
Presente que aduba a sua história
Colhe o pão da vida



mais informações em :http://www.mst.org.br/node/11347

"Sou de um país que se chama Pará"!

Por Viviane Brigida

"O opressor sempre impõe a sua linguagem.
O regional foge a essa imposição.
Todas as minhas letras são políticas (...).
Flagram uma realidade local e, necessariamente,
não servem a qualquer regime".
Ruy Barata


Ruy Guilherme Paranatinga Barata 
(Santarém, 25 de junho de 1920 — São Paulo, 23 de abril de 1990) foi um poeta, político, advogado, professor e compositor brasileiro. 
 

Um bem cultural da nossa indústria da consciência. 
Um poeta de todos os paraenses, é assim que destacamos Ruy Barata, suas palavras atravessadas pelo tempo fazem parte desta imensa e rica Amazônia. 

O trabalho de Ruy Barata continua a inspirar músicas, poesias, vídeos, cinema, trabalhos escolares, teses, documentários, dança, artes plásticas e dezenas de outras manifestações culturais em todo o Pará, para reverenciar a memória do poeta que disse em uma canção: Tudo que eu amei estava aqui". Em Belém seu nome é poesia e política, boemia e música. 
 
Como diz Elias Pinto, um jornalista paraense:
"Ruy Barata comandava a mesa de cantores, poetas, jornalistas e bebuns em geral, regia o coro de afinados e desafinados. Um homem cultural, do povo e um intelectual, autor de uma obra tão densa quanto fluente".

Ruy Guilherme Paranatinga Barata foi e, pelo menos através de sua obra, continua sendo um dos encantados da poesia. O Pajé que veio das "profundas" e instalou a modernidade da poesia paraoara (adjetivo que caracteriza o natural do Pará).

Sua relação com a Amazônia e elemento essente, as águas, é como se fosse predestinada. Isso sem falar que nasceu na esquina (ou "canto" como fala o paraense) dos rios Tapajós e Amazonas, na cidade de Santarém.

Isso tudo aliado ao fato de quem fala com a propriedade, de quem tem o conhecimento de causa: a poesia cabocla feita pelo caboclo "mocorongo" (nascido ou natural da cidade de Santarém, Pará). Porque só podemos falar em literatura amazônica com o surgimento do homem amazônico, fruto de um lento processo de aculturação à terra, forjado com ela.

Estátua de Ruy Barata no Parque da Residência, um cartão postal de Belém
Este portanto já é um primeiro indício de modernidade em Ruy Barata, a busca de uma expressão literária autônoma à literatura brasileira. 

É a fragmentação que, partindo do código literário nacional, busca redimensioná-lo ao universo amazônico: "Eu sou de um país que se chama Pará", diria na letra da música Porto Caribe, parceria com Paulo André Barata, seu filho e grande parceiro musical.

Para Ruy Barata "a chamada letra regional é sempre uma letra política"


retirado do site e para saber mais:
culturapara


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A força que vem das ruas

Trilogia um DVD de referência musical sobre a Amazônia

Por Viviane Brígida

Um DVD com características regionais é desta forma que se apresenta um dos maiores e mais arrojados projeto da música do Pará: O Trilogia, "a força que vem das ruas". 

O trabalho é resultado da gravação de três CDs ao vivo em três shows em duplas: "Avenida Nazaré" (Nilson e Lucinnha), "Sacramenta Nazaré" (Mahrco e Lucinnha) e "Bar do Parque" (Nilson e Mahrco).

Amizades regadas a muita música e cumplicidade. Assim é a relação dos cantores paraenses Lucinnha Bastos, Mahrco Monteiro e Nilson Chaves. Eles são intérpretes e compositores considerados regionalmente como legítimos representantes da chamada Música Popular Paraense (MPP).

Esses cantores possuem como marca profissional a abordagem de temáticas regionais e amazônicas em suas produções. E, além de contarem com longas carreiras artísticas, ganharam muito mais visibilidade e foram vastamente difundidas. 
A música “Da Cor da Amazônia” conta com grandes sucessos da Trilogia, como “Sabor Açaí”, “Sacramente Nazaré”, “Olho de Boto” e “Belém, Pará, Brasil”, além de músicas inéditas, como “Ser do Norte” e “Dançando no Rio”, que  são uma identidade para os paraenses e tem grande relevância na formação da identidade cultural.

O DVD Trilogia, "a força que vem das ruas", é um projeto que surgiu de um simples encontro entre amigos que completou sete anos, se tornou uma referência musical e efetivamente faz parte de nossa natureza e da  cultura amazônica.


O Código Da Vinci

                                    O que aconteceria se todos os enigmas do catolicismo fosse desvendado?
                                                                                                                   
                                                                                                                               Por  Silvana Bezerra

 Lançado em  2003, poucas produções cinematográficas aguçaram tanto a curiosidade dos apaixonados pela sétima arte, quanto a estréia de O Código Da Vinci, a versão para o  cinema do livro de mesmo nome que ainda é sucesso de vendas em todo o mundo.

Os aficionados por suspense irão se deliciar com a obra de Dan Brown,escritor do Best Seller  “The Da Vinci Code”,  que é a base do filme dirigido pelo americano Ron Howard ,ganhador do Oscar em Cocoon, Apolo 13 , Uma mente brilhante e entre outros .

O filme é sim uma ficção, mas até quem não aprecia o gênero, vai gostar do desenrolar da história que começa no Museu do Louvre palco do assassinato do último guardião dos segredos que envolvem o suposto romance entre Jesus e Maria Madalena e o Santo Graal - um dos mais importantes dogmas do catolicismo.

 Robert Langdon, interpretado pelo brilhante Tom Hanks, professor e  especialista em decodificar símbolos, faz parceria com Sophie Neveu (Audrey Tautou), perita em criptografia do departamento de polícia da França, para juntos encontrar respostas para as diversas dúvidas que surgem ao longo da trama.
Cenas ricas em detalhes, dão leveza e charme ao conteúdo tão denso da história, que mistura drama, romance e mistério.

O livro foi alvo de muita crítica e o filme dá indícios de que a polêmica ainda nem começou, este é um dos principais motivos para conferir esta dica de entretenimento.
Ficção,drama e história.A mistura perfeita em um filme muito interessante!

Os Batuques do Morro da Conceição

Karynna Spinneli promove rodas de samba no Morro da Conceição

Por Rozana Maria

A cantora e compositora Karynna Spinneli começou sua carreira em 2004, por meio do contato com a música de terreiro e roda de samba no Morro da Conceição com o Grupo Afro Raízes de Quilombo em Recife.

Atualmente dedica-se com mais profundidade ao samba de raiz, e a todos os ritmos desse gênero. Com sua forte presença de espírito arrasta seu público fiel por onde passa. Em trabalho paralelo, faz parte de um grupo de samba “Sambadelas”, formado só por mulheres e que se apresentam em vários eventos da capital.

Karynna como presidente e fundadora Clube do Samba de Recife, reúne sambistas e artistas da cidade unidos pela música para fazer um belo trabalho pelo Morro da Conceição. O evento acontece um domingo por mês se encontram em uma quadra na praça da igreja da comunidade para cantar e tocar.

A cantora faz do morro sua morada de trabalho. Lá ela compõe, cria e comanda suas rodas de samba que tem sotaque, pinga, gíria e samba feito em Pernambuco com cara de Brasil. Um samba que pede passagem e abre caminhos.

As suas rodas de samba compõem os valores memoráveis de Pernambuco. Buscando afirmar que o estado não é terra só do maracatu, do coco e do frevo, mas também do samba, Karynna cria seu album a partir do encontro da sua alma com o seu canto. Por isso minha mãe, nossa conceição pare e venha ouvir, o morro inspiração... Os surdos dão sinal que vão falar, queremos ver prevalecer a raiz do samba no ar”.




Os acordes do violão tocam mais uma vez

 Coletânea da banda de rock Legião Urbana é lançada pela editora Abril

Por Iris Pacheco
 

Um verdadeiro legionário se extasia depois de 15 anos sem banda de rock Legião Urbana composta pelo trio, Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá. Para a felicidade dos fãs do grupo que encantou as gerações dos anos 80 e 90, a editora Abril lança a coletânea que traz a discografia completa do grupo.

A obra é composta por 15 livros-CD que relembram a trajetória da banda em mais de 700 páginas ilustradas e 170 músicas. O livro traz elementos memoráveis do grupo, como a capa original do disco, fotos e entrevistas.

Os fãs da banda de rock, marcada por suas canções que abordavam desde o amor até a politica, podem adquirir o livro e CD nas bancas, livrarias e supermercados e o Box completo com todos os álbuns deve ser encomendado com seu jornaleiro.

O primeiro álbum lançado em janeiro de 1985 foi intitulado com o mesmo nome da banda, Legião Urbana. Surge então uma das
bandas que estava apenas começando uma história bonita para contar. Irreverente e romântica a banda Legião Urbana chegou ao cenário do rock nacional conquistando o público e demonstrando que outros tempos estariam começando na forma de fazer rock brasileiro.

Além da critica social e da irreverência, o trabalho da banda também foi reflexo do lado sentimental de Renato Russo. O cantor e compositor do grupo passou por vários momentos intensos em sua vida, como a descoberta de que era soropositivo e a tentativa de se livrar da dependência química.

A coletânea Legião Urbana reúne todo o trabalho da banda. Neles Renato Russo denotou sua expressividade pelo gosto de contar historias a partir das canções. A história da Legião foi construída e reconstruída não apenas pelos integrantes “oficiais” da banda, mas também pelas gerações de fãs que os acompanha. Como afirmou o próprio Renato Russo “a verdadeira Legião Urbana são vocês”.