quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Sou de um país que se chama Pará"!

Por Viviane Brigida

"O opressor sempre impõe a sua linguagem.
O regional foge a essa imposição.
Todas as minhas letras são políticas (...).
Flagram uma realidade local e, necessariamente,
não servem a qualquer regime".
Ruy Barata


Ruy Guilherme Paranatinga Barata 
(Santarém, 25 de junho de 1920 — São Paulo, 23 de abril de 1990) foi um poeta, político, advogado, professor e compositor brasileiro. 
 

Um bem cultural da nossa indústria da consciência. 
Um poeta de todos os paraenses, é assim que destacamos Ruy Barata, suas palavras atravessadas pelo tempo fazem parte desta imensa e rica Amazônia. 

O trabalho de Ruy Barata continua a inspirar músicas, poesias, vídeos, cinema, trabalhos escolares, teses, documentários, dança, artes plásticas e dezenas de outras manifestações culturais em todo o Pará, para reverenciar a memória do poeta que disse em uma canção: Tudo que eu amei estava aqui". Em Belém seu nome é poesia e política, boemia e música. 
 
Como diz Elias Pinto, um jornalista paraense:
"Ruy Barata comandava a mesa de cantores, poetas, jornalistas e bebuns em geral, regia o coro de afinados e desafinados. Um homem cultural, do povo e um intelectual, autor de uma obra tão densa quanto fluente".

Ruy Guilherme Paranatinga Barata foi e, pelo menos através de sua obra, continua sendo um dos encantados da poesia. O Pajé que veio das "profundas" e instalou a modernidade da poesia paraoara (adjetivo que caracteriza o natural do Pará).

Sua relação com a Amazônia e elemento essente, as águas, é como se fosse predestinada. Isso sem falar que nasceu na esquina (ou "canto" como fala o paraense) dos rios Tapajós e Amazonas, na cidade de Santarém.

Isso tudo aliado ao fato de quem fala com a propriedade, de quem tem o conhecimento de causa: a poesia cabocla feita pelo caboclo "mocorongo" (nascido ou natural da cidade de Santarém, Pará). Porque só podemos falar em literatura amazônica com o surgimento do homem amazônico, fruto de um lento processo de aculturação à terra, forjado com ela.

Estátua de Ruy Barata no Parque da Residência, um cartão postal de Belém
Este portanto já é um primeiro indício de modernidade em Ruy Barata, a busca de uma expressão literária autônoma à literatura brasileira. 

É a fragmentação que, partindo do código literário nacional, busca redimensioná-lo ao universo amazônico: "Eu sou de um país que se chama Pará", diria na letra da música Porto Caribe, parceria com Paulo André Barata, seu filho e grande parceiro musical.

Para Ruy Barata "a chamada letra regional é sempre uma letra política"


retirado do site e para saber mais:
culturapara


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