Por Silvana Bezerra.
Escola de samba unidos da Lona Preta. |
Houve um tempo em que as escolas
de samba se organizavam as comunidades para brincar o carnaval, tendo como um
dos princípios de existência o amor pelo samba, a reafirmação de uma identidade
coletiva e principalmente a cultura popular como meio de expressão de um povo, uma
comunidade, um indivíduo.
A ideia de criar um
espaço para fazer samba ,pensar o samba e a música como instrumento de luta, de
diálogo e porque não formação política teve início em 2004 na ocupação da fazenda Ithayê na capital do estado de São Paulo, no bairro de Perus.
Mestre Geraldo, foi o primeiro mestre de bateria da Escola de Samba,mas faleceu antes de ver seu trabalho concluído.Geraldo ficou com a tarefa de ensinar a batucada para os jovens do acampamento Irmã Alberta,era ele quem organizava os ensaios e as formações.
A começo início as pessoas saíam de seus barracos de Lona Preta (aí a origem do nome da escola), em plena ocupação da fazenda Ithayê, para aprender a tocar os poucos instrumentos que o coletivo de cultura conseguiu juntar.
Muitas mudanças aconteceram ao longo da história da Unidos, a inserção de novos componentes, deu á escola uma pluralidade de vozes e permitiu que a discussão sobre política, Reforma Agrária e cultura ultrapassasse os espaços do MST.
Na Unidos participam 30 ritmistas, a maioria são moradores das Comunas do MST da Grande São Paulo,outros são estudantes da capital paulista, estudantes de Campinas, militantes do MPL – Movimento Passe Livre, torcida Gaviões da Fiel, entre outros simpatizantes e parceiros da luta da classe trabalhadora.
Esta escola que se propõe ser contra hegemônica, faz formação ao mesmo tempo em que discute letras de sambas ,momentos da história do Brasil e questões da atualidade para ajudar nos debates, esta metodologia ajuda na compreensão sobre cultura e política, portanto, todos os os componentes da escola são sujeitos no processo de construção da Unidos .
A bateria foi
batizada com o nome de “batucada do Povo brasileiro”, isso para reafirmar nossa
opção pelo carnaval feito pelo povo, para o povo. Por fim, a
discussão sobre o sistema capitalista e a Indústria cultural deixa ser uma
discussão densa, para se transformar em papo franco, diálogo livre de
formalidades, de convenções e só no fim destas formações que todos os
componentes se juntam para compor o samba enredo e pensar toda a apresentação.
O tema para o carnaval de 2011 foi o uso indiscriminado de agrotóxicos na produção agrícola. O objetivo do samba é alertar a sociedade, que o consumo de alimento envenenado é um risco grave para a saúde e para o meio ambiente.
A partir do fim de Janeiro os ensaios começam, aguarde a agenda completa dos ensaios e apresentações nas próximas postagens.
Curta agora a letra do samba enredo do carnaval 2011 da batucada do povo brasileiro:
“Plantar o pão, colher a
vida: para o mundo se alimentar sem veneno”
Canta povo brasileiro
Batucada é de bamba Refrão
Hoje a Lona Preta vem dizer, dizer
A luta é o tempero do meu samba
Oh Mãe Natureza
Nós queremos a tua diversidade
De cores, sabores
Na mesa do campo e da cidade
Agroecologia
Com soberania alimentar
Pra preservar o nosso chão
Um novo mundo pede uma nova relação
Do jeito que tá, não dá pra ficar
A produção
Comida ruim ninguém aguenta, ninguém aguenta
É veneno em todo canto, em todo canto Refrão
Mata gente e mata rio, e mata rio
Agronegócio a mentira do Brasil
Semente com patente é roubar a natureza
Monocultura na agricultura
Deserto verde: cadê a beleza?
Lucrando e fazendo a guerra
Matando o ser humano e a mãe terra
A luz
Do companheiro Keno
Ta na memória
De quem ocupa a avenida
Presente que aduba a sua história
Colhe o pão da vida
Batucada é de bamba Refrão
Hoje a Lona Preta vem dizer, dizer
A luta é o tempero do meu samba
Oh Mãe Natureza
Nós queremos a tua diversidade
De cores, sabores
Na mesa do campo e da cidade
Agroecologia
Com soberania alimentar
Pra preservar o nosso chão
Um novo mundo pede uma nova relação
Do jeito que tá, não dá pra ficar
A produção
Comida ruim ninguém aguenta, ninguém aguenta
É veneno em todo canto, em todo canto Refrão
Mata gente e mata rio, e mata rio
Agronegócio a mentira do Brasil
Semente com patente é roubar a natureza
Monocultura na agricultura
Deserto verde: cadê a beleza?
Lucrando e fazendo a guerra
Matando o ser humano e a mãe terra
A luz
Do companheiro Keno
Ta na memória
De quem ocupa a avenida
Presente que aduba a sua história
Colhe o pão da vida
mais informações em :http://www.mst.org.br/node/11347
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